A AMAL, Comunidade Intermunicipal do Algarve, tem vindo desde o início a manifestar-se contra a intenção dos consórcios de avançarem com a prospecção de petróleo na costa algarvia. No passado dia 14 de Julho, a AMAL entregou duas providências cautelares no tribunal administrativo de Loulé contra os contratos de exploração de gás e petróleo concedidos pelo Estado ao consórcio ENI Portugal/Petrogal e à empresa Portfuel – Petróleos e Gás de Portugal. Em nota de imprensa enviada às redacções o presidente da AMAL afirma que “o objectivo é parar os actos materiais que têm que ver com a execução desses contratos com base num conjunto de normas e de leis nacionais e europeias que consideramos que foram violadas”. “Entendemos que petróleo e turismo não combinam de todo e defendemos um modelo de desenvolvimento de energia limpa e carbono zero”, afirmou Jorge Botelho em Loulé, no momento da entrega dos documentos comprovativos das irregularidades apresentadas em ambos os contratos.
Sem quaisquer estudos de impacto ambiental não se percebe como o Estado Português tem actuado de forma passiva e conivente com os consórcios, sobretudo numa altura em que tanto se fala em energias renováveis. Sendo Portugal um paraíso para a obtenção de energias através de fontes limpas, como a eólica, a solar, a energia das ondas é contraditório investir agora em energias fósseis, tão poluentes e perigosas para o ecossistema.