Numa altura em que o número de novos casos de infecção por Covid-19 não param de aumentar, o país prepara-se para travar a pandemia implementando medidas mais rigorosas. O anúncio dessas medidas foi feito pelo primeiro-ministro, António Costa, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, após a reunião do Conselho de Ministros.
Assim a partir da próxima terça-feira, 15 de Setembro, passam a ser proibidos, em Portugal Continental, os ajuntamentos com mais de dez pessoas.
Para além disso, os estabelecimentos comerciais não podem abrir antes das 10h (com excepções), e devem fechar entre as 20h e as 23h, esta segunda medida é tomada por decisão municipal. Nas áreas de restauração dos centros comerciais, passa a haver um limite máximo de quatro pessoas por grupo.
Junto às escolas, nos restaurantes, cafés e pastelarias a 300 metros dos estabelecimentos, há também um limite máximo de quatro pessoas por grupo.
Estas medidas surgem “de forma a evitar grandes concentrações de pessoas nesses espaços de alimentação”.
Segundo o primeiro-ministro, haverá “excepções” em que será possível o comércio abrir antes das 10:00, tendo avançado como exemplos as “pastelarias, cafés, cabeleireiros e ginásios”.
Quanto ao horário de encerramento dos estabelecimentos, passará a ser obrigatoriamente entre as 20:00 e as 23:00, cabendo a cada município a determinação da hora exacta, “em função da realidade específica do seu concelho”.
“Vamos entrar numa nova fase, em que as pessoas tenderão a regressar de férias, e portanto é necessário adoptar medidas preventivas”, afirmou António Costa.
É alargada ainda a todo o país também a proibição da venda de bebidas alcoólicas nas estações de serviço — e, em todos os outros estabelecimentos a partir das 20h, excepto nos estabelecimentos de comida, às refeições. Regressa também ao resto do país a proibição do consumo de bebidas alcoólicas na via pública.
Os recintos desportivos vão continuar sem público.
António Costa fez questão de referir que “a nossa vida é só uma. E é tanto feita do emprego que temos ou perdemos, como da saúde que temos ou que não temos. Por isso, é condição essencial para a proteção do rendimento das famílias e para a proteção do emprego que a pandemia esteja controlada” acrescentando que o controlo desta pandemia “depende em primeiro e em último lugar do comportamento individual de cada um”.
“Sabemos que temos um Serviço Nacional de Saúde robusto e fortalecido, que temos excelentes profissionais de saúde, mas a melhor forma de os ajudar é evitar estarmos doentes, adotando todas as medidas preventivas que podemos adotar e que dependem exclusivamente de nós”, reforçou o primeiro-ministro.
De acordo com António Costa, se as regras de prevenção contra a covid-19 forem cumpridas, “embora a pandemia se mantenha – e até possa registar um crescimento, o que é provável com o regresso à atividade normal -, será possível que esse crescimento se conserve sob controlo”.