Depois de fortes contestações por parte de ambientalistas e da intervenção de alguns deputados a questão da preservação da zona das Alagoas Brancas chegou à Assembleia da República e a resolução não poderia ser a melhor: os deputados querem que seja salvaguardada a zona húmida sazonal de água doce das Alagoas Brancas e recomendam ainda a preservação e classificação das Zonas Húmidas do Algarve.
No documento publicado hoje em Diário da república a “Assembleia da República resolve recomendar ao Governo que tome as medidas necessárias para salvaguardar a zona húmida sazonal de água doce das Alagoas Brancas, em Lagoa, impedindo a sua destruição iminente e proceda a um estudo pormenorizado sobre as Alagoas Brancas com vista à sua classificação ambiental. Recomenda ainda que proceda com urgência à identificação das medidas passíveis de concretização no curto prazo com vista à salvaguarda da zona húmida das Alagoas Brancas, em Lagoa; promova, sob coordenação do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, o estudo aprofundado dos valores naturais em presença na zona húmida das Alagoas Brancas e a avaliação do estatuto de proteção adequado à sua salvaguarda e valorização no tempo e e efetue uma avaliação minuciosa das opções de ordenamento constantes dos instrumentos de gestão territorial com incidência na área em apreço, na perspetiva da sua eventual alteração ou revisão, tendo presente, por um lado, os aspetos associados à salvaguarda do ecossistema e, por outro, a indispensável segurança jurídica e concertação entre interesses públicos e privados.
Os deputados da Assembleia da República chamam também a atenção para a preservação e classificação das Zonas Húmidas do Algarve. Num outro documento recomendam ao Governo que “articule com a Associação de Municípios do Algarve, AMAL, e, particularmente, com os municípios de Lagos, Silves, Albufeira e Loulé, um plano de ação concertado que vise a identificação, classificação e desenvolvimento de um projeto de gestão das zonas húmidas do Paul de Lagos (Lagos), da Lagoa dos Salgados (Silves e Albufeira), e do Trafal e Foz do Almargem (Loulé), que permita a sua classificação legal e proteção ecológica adequada; Disponibilize meios e apoie as associações cívicas e as organizações não governamentais de ambiente (ONGA) para o seu envolvimento e contributo científico na caraterização da avifauna aquática e no estudo da flora destas zonas húmidas.
Estas resoluções deixam mais satisfeitos todos aqueles que lutam por um Algarve menos turístico e mais amigo da natureza.